Escolha do punção

A ideia amplamente difundida é de que o raio do punção não é importante desde que ele tenha resistência necessária e a geometria correta para a execução da dobra.

Neste post vamos demonstrar por que devemos nos preocupar com a escolha correta do punção. Entender este conceito nos ajudará a melhorar a qualidade de nossa dobra.

Quando usamos um punção com raio muito menor do que o raio interno da peça produzimos um sulco na linha de dobra. Esse sulco será um ponto de fragilidade da peça, principalmente quando a peça for dobrada no sentido da laminação da chapa, podendo até mesmo ocasionar a sua ruptura, quando essa for submetida à uma forte tensão.

Além disso, teremos um acabamento de baixa qualidade resultando muitas vezes em processos adicionais, tais como lixamento para remoção das marcar, preenchimento do sulco com massa ou até mesmo com solda.

Outro fator a ser levado em conta é que, quando utilizamos um raio muito reduzido para dobrar peças mais espessas, estamos descarregando toda a carga em um ponto muito pequeno e isto reduzirá drasticamente a vida útil do punção.

Portanto, o ideal é escolhermos, sempre que possível, um punção com o raio mais próximo do raio interno da peça. 

Com isso em mente, vamos analisar uma chapa de 2 mm de espessura.

Veja na tabela abaixo que o raio interno da peça é de aproximadamente 2,4 mm.

Uma regra que podemos utilizar para a escolha do punção é a de usar um punção com raio igual a 2/3 do raio interno da peça. Desta forma produziremos uma dobra com menos marcas na peça e aumentaremos a sua vida útil. 

Usando a regra dos 2/3 chegamos a 1,5 mm. Esse seria o raio do punção necessário.

Obviamente, isto geraria uma infinidade de punções em nosso estoque. Por isso, criamos uma tabela indicativa para otimizarmos o uso dos punções.

Todavia, o cliente terá que decidir o que mais se adéqua à sua realidade, mas sempre levando em conta o exposto acima.